sexta-feira, 22 de maio de 2009

SAINT CLAIR CEMIN EM SÃO PAULO









Ontem estive no Instituto Tomie Ohtake para conferir a abertura da esposição do artista brasileiro Saint Clair Cemin radicado em New York. Ficou clara a pluraridade de influências nas obras do artista que vai do rococó passando pelo cubismo até chegar ao futurismo visto na obra " Guanaxi" concluida em 2007.

Na retrospectiva fica claro a diversidade de influencias vindas de grandes artistas da história da escultura e pintura como é o caso da aproximação estetica da obra " Separe Aude" com o quadro "O Atleta" de Pablo Picasso ( Cubista). "Eu uso estilos como quem usa cores", resume Cemin, 57. No bronze síntese da exposição, a tela renascentista de Rafael, ou a escultura neoclássica de Antonio Canova, com as três graças em harmonia perfeita, acabam traduzidas no cozidão de estilos de Cemin, capaz de juntar Aleijadinho a Joseph Beuys.

Assim que chegamos na exposição uma obra em gesso é pretexto para exibir o virtuosismo do escultor, que executa um panejamento em sentido clássico, ou seja, a representação pétrea das dobras e pregas do tecido. Mais adiante, resíduos formais de surrealistas como Salvador Dalí vão ressurgir numa espada molenga, tentáculos de um molusco metálico e uma cadeira gigantesca, de encosto alongado e pernas bambas. O barroco de Aleijadinho é revisto em duas figuras que se atraem e repelem ao mesmo tempo. Em aço inoxidável, reluzente até não poder mais, "O Pensador" de Rodin ganha releitura à luz de Takashi Murakami. Uma cadeira de ferro, refletida à exaustão por um jogo de espelhos, é aceno ao conceitualismo de Joseph Kosuth. "A falta de uma linha contínua tem sido a única linha contínua no meu trabalho", admite Cemin, que se define "onívoro em termos de arte". É a deixa para aludir ao "metabolismo elétrico, digital" de "Computer", escultura em madeira rústica com um nó de troncos retorcidos, índice dessa digestão de influências. De um monte de areia no meio do espaço expositivo, surge uma roda de bronze, a forma liberta da matéria amorfa. Com o nome "Childhood", ou "infância", atravessa tempos, do embrião à fixidez da forma final, juntando todas as épocas, os dias de hoje, ontem e amanhã.


Curadores : Agnaldo Farias e Jacopo Crivelli Visconti. Exposição vai até 05 de julho

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